Na cidade da Paixão todo mundo que quer, encontra seu par. Alguns pares custam mais, outros custam menos, mas no final da noite quem quer apagar seu fogo consegue.
Nessa cidade todos podem satisfazer suas necessidades de apaixonados. Há homens, mulheres e indefinidos para todos os gostos. Só basta procurar a mercadoria e suspirar até o amanhecer.
Como toda a paixão acaba, nessa cidade não é diferente. De manhã é comum os amantes acordarem em camas vazias, como seus corações.
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
terça-feira, 17 de novembro de 2009
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
A Morte anda na rua; anúncio contra direção alcoolizada

Sexta passada fui obrigada a buscar um sujeito contra minha vontade: nem era o dia dele! Alto, moreno, boa pinta... Realmente, um desperdício!
E ainda me deu um trabalho... Para tirar ele de cena foi um perrengue. O cara estava completamente bêbado, era de dar dó; coitado. Não consigo entender o que alguém tem na cabeça para sair dirigindo daquele jeito!
Bom, no final das contas consegui realizar meu trabalho: encaminhá-lo para o outro mundo. Ver esses desperdícios as vezes me deixa deprimida, mas fazer o que! Ossos do ofício. Ninguém nunca disse que seria fácil ser a morte.
Decepção
Ela sempre se preocupava com o horário. Toda noite ele sempre se esquivava com respostas curtas e grossas. Uma tarde ele consegue chegar mais cedo. Ele pretendia surpreendê-la, mais jamais imaginaria que seria ele o surpreendido. Ela estava com outro.
terça-feira, 6 de outubro de 2009
Criatividade, o conto
Há um mês minha namorada me perguntou o que eu queira de presente pra comemorar 1 ano de namoro. Eu simplesmente disse: "algo vivo".
Ela então me deu um bonsai, e eu simplesmente adorei. Mas não era qualquer bonsai. Muito longe disso, era um bonsai especial.
Assim que ela me deu a arvorezinha eu tratei de procurar saber tudo o que eu podia para cuidar dela. Como regar, podar e cuidar da terra.
O que eu não sabia, era que o bonsai era rebelde. Isso mesmo rebelde. Quando eu regava na hora errada, a terra deixava a água inteira escorrer para cair no prato em baixo do vaso de novo e molhar toda a sacada do meu quarto. Logo que eu podava um ramo errado ele crescia de novo. E quando eu colocava farinha de osso ou suco de mamona demais em volta da raiz, ela literalmente cuspia o excesso na minha cara.
Porém o bonsai também não era de todo o mal. Muito pelo contrário, quando eu não conseguia acordar para a faculdade de manhã ele esbarrava com os galhos no meu rádio relógio que começava a tocar. Várias vezes quando eu estava em dúvida sobre alguma coisa importante, eu podia ver os galhos balançando em concordância ou reprovação sobre o tema. E sempre que minha namorada aparecia em casa ele soltava um cheiro gostoso que acalmava a gente até nas brigas mais feias.
Um dia fui à Liberdade consultar um senhor bonsaísta chamado Nelson Temonchenoci para me dar instruções. Ele examinou, examinou e examinou o presente que minha namorada me deu, e no final das contas disse que estava tudo ótimo. Disse até que meu bonsai era um dos mais saudáveis que ele via em anos. A única recomendação que ele me deu foi para eu deixá-lo crescer livremente, mas sempre prestando muita atenção nos seus ramos para que a arvorezinha jamais perca a forma.
Contanto que eu cuide bem dele, o bonsai é um amigão. Como a convivência foi se intensificando, a personalidade da planta também. Agora quando eu chego em casa, o rádio está sempre ligado na Kiss FM com o bonsai do lado se mexendo conforme a música. Algumas vezes eu resolvi tirar fotos para trabalhos e o atrevido até posou, o que me rendeu muitas explicações para a professora Silvana de história da arte sobre como eu não sei mexer no photoshop. Ultimamente no calor ele anda me protegendo dos pernilongos, e sempre que eu estou sozinho ele dá um jeito de me entreter. Realmente é bom ter algo vivo.
Ela então me deu um bonsai, e eu simplesmente adorei. Mas não era qualquer bonsai. Muito longe disso, era um bonsai especial.
Assim que ela me deu a arvorezinha eu tratei de procurar saber tudo o que eu podia para cuidar dela. Como regar, podar e cuidar da terra.
O que eu não sabia, era que o bonsai era rebelde. Isso mesmo rebelde. Quando eu regava na hora errada, a terra deixava a água inteira escorrer para cair no prato em baixo do vaso de novo e molhar toda a sacada do meu quarto. Logo que eu podava um ramo errado ele crescia de novo. E quando eu colocava farinha de osso ou suco de mamona demais em volta da raiz, ela literalmente cuspia o excesso na minha cara.
Porém o bonsai também não era de todo o mal. Muito pelo contrário, quando eu não conseguia acordar para a faculdade de manhã ele esbarrava com os galhos no meu rádio relógio que começava a tocar. Várias vezes quando eu estava em dúvida sobre alguma coisa importante, eu podia ver os galhos balançando em concordância ou reprovação sobre o tema. E sempre que minha namorada aparecia em casa ele soltava um cheiro gostoso que acalmava a gente até nas brigas mais feias.
Um dia fui à Liberdade consultar um senhor bonsaísta chamado Nelson Temonchenoci para me dar instruções. Ele examinou, examinou e examinou o presente que minha namorada me deu, e no final das contas disse que estava tudo ótimo. Disse até que meu bonsai era um dos mais saudáveis que ele via em anos. A única recomendação que ele me deu foi para eu deixá-lo crescer livremente, mas sempre prestando muita atenção nos seus ramos para que a arvorezinha jamais perca a forma.
Contanto que eu cuide bem dele, o bonsai é um amigão. Como a convivência foi se intensificando, a personalidade da planta também. Agora quando eu chego em casa, o rádio está sempre ligado na Kiss FM com o bonsai do lado se mexendo conforme a música. Algumas vezes eu resolvi tirar fotos para trabalhos e o atrevido até posou, o que me rendeu muitas explicações para a professora Silvana de história da arte sobre como eu não sei mexer no photoshop. Ultimamente no calor ele anda me protegendo dos pernilongos, e sempre que eu estou sozinho ele dá um jeito de me entreter. Realmente é bom ter algo vivo.
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
terça-feira, 29 de setembro de 2009
Parafase da palavra
A palavra é humana
Já que a conversa é divina,
São os homens que conversam
Enquanto os anjos fazem rima.
É uma óbvia metáfora dizer
Que a palavra é um ano,
Já que retirada pode ser
A fala que causa dano;
Mesmo que ecoe por um tempo
Seu significado muda,
A palavra é vida ao relento
Criação de uma criatura.
Já que a conversa é divina,
São os homens que conversam
Enquanto os anjos fazem rima.
É uma óbvia metáfora dizer
Que a palavra é um ano,
Já que retirada pode ser
A fala que causa dano;
Mesmo que ecoe por um tempo
Seu significado muda,
A palavra é vida ao relento
Criação de uma criatura.
Assinar:
Postagens (Atom)